A coluna vertebral possui
curvaturas que passam por toda sua extensão, desde a região cervical até a
sacrococcígea, visíveis apenas quando olhado lateralmente, chamadas Lordose e Cifose. Enquanto as duas são consideradas normais, quando a
curvatura não é acentuada, a situação muda no momento em que aparecem desvios laterais
ou rotacionais.
Essa formação de gibosidade
vertebral na região torácica, também conhecida como corcunda, é chamada Escoliose, uma deformação morfológica
nos três planos do espaço, torcendo a coluna para os lados, para frente, para
trás e em torno do próprio eixo. A gravidade e a maneira como deverá ser
tratada a escoliose é determinada através do grau de torção.
A deformação pode ser
classificada como curva simples, com torção à direita ou à esquerda (escoliose
em C); ou curva dupla (escoliose em S), podendo ainda ser identificada devido à
região em que se encontra: cervicotorácicas, torácicas, toracolombares,
lombares ou lombossacrais.
Quando a escoliose é congênita,
constitui deformidades a partir da concepção, atingindo curvas severas de até
180º, quando a coluna processa uma curva completa sobre si mesma. Nesses casos
o tratamento é cirúrgico e precoce, na tentativa de corrigir o defeito ósseo a
partir do seu nascimento.
As escolioses pode ser agrupadas
em funcionais e estruturais, sendo as funcionais ocorrem devido à alterações
extrínsecas, como por exemplo um encurtamento com disparidade entre os membros
inferiores, causando um desvio do eixo da coluna pela variação de comprimento
entre os dois membros. As escolioses estruturais são causadas por desvios
localizados diretamente nas estruturas ósteo ligamentares vertebrais.
Durante a infância, tanto meninos
quanto meninas podem desenvolver a escoliose, na adolescência, porém as meninas
são de 5 a 8 vezes mais afetadas do que os garotos. Durante a
juventude a deformação não causa dores, entretanto se não for corrigida, na
fase adulta podem surgir dores nas costas.
A coluna pode ser reconduzida à
sua posição normal através do emprego de uma força de tração na mesma. Essa
força aumenta o espaço entre as vértebras e reduz a curvatura nos pontos
críticos. Uma forma engenhosa para "endireitar" a coluna sem que seja
necessário pegar ou manusear vértebras e discos. Contudo, o
tratamento fisioterápico usando alongamentos e respiração são essenciais para a
melhora do quadro.
As Causas
As principais causas da escoliose são
idiopáticas, neuromusculares, a poliomielite, origem congênita e
pós-traumática. Testes clínicos e radiografias, de maneira precoce, são muito
importantes para o diagnóstico da doença.
A escoliose pode causar danos
irreparáveis se não tratada corretamente, daí a necessidade de um controle da
evolução sistemática da doença.
Existem três grandes causas, sendo elas a escoliose congênita (de nascença)
decorre de um problema com a formação dos ossos da coluna vertebral (vértebras)
ou fusão de costelas durante o desenvolvimento do feto ou do recém-nascido a
segunda é a escoliose neuromuscular é causada por problemas como fraqueza
muscular ou do controle precário dos músculos, ou paralisia decorrente de
doenças como paralisia cerebral, distrofia muscular, espinha bífida e pólio e a
terceira causa é a escoliose idiopática não possui causa conhecida. A escoliose
idiopática em adolescentes é o tipo mais comum.
A pessoas que são mais
suscetíveis ao encurvamento da coluna. A maioria dos casos ocorre em meninas. O
encurvamento geralmente se agrava durante os surtos de crescimento. A escoliose
em crianças é menos comum e geralmente atinge igualmente tanto meninas quanto
meninos.
Os Exames a serem
realizados
Um exame físico será realizado pelo médico, inclusive um teste de
curvatura para frente, o que ajuda a definir a curvatura. O grau da curvatura vista
no exame pode subestimar a real curva vista no raio X, logo, qualquer criança
que tiver a coluna encurvada terá o raio X solicitado. O médico realizará um
exame neurológico para buscar quaisquer mudanças na resistência, na
sensibilidade ou nos reflexos.
Os testes para identificar a escoliose incluem:
Exame com
escoliomêtro (um dispositivo que mede a curvatura da coluna vertebral)
Raios X
da coluna vertebral (frontais e laterais)
Ressonância
magnética (caso haja quaisquer alterações neurológicas observadas no exame ou
haja algo incomum no raio X)
Os Sintomas
Quando um ombro parece estar mais alto do que o outro ou a pélvis parece
estar inclinada são grandes indícios da escoliose. Um olhar leigo não percebe a curvatura
nos estágios iniciais.
Outros sintomas da escoliose são as, dores lombar e nas costas, Fadiga, Ombros
ou quadris que parecem assimétricos, Coluna vertebral encurvada anormalmente
para o lado (lateralmente). Pode haver fadiga na coluna vertebral após longa
permanência de pé ou sentado. A dor ficará persistente caso haja uma inflamação
no tecido mole e desgaste dos ossos da coluna vertebral.
Observação: A cifoescoliose também inclui curvatura anormal da frente
para trás, com uma aparência de costas arredondadas.
O Tratamento de Escoliose
O tratamento da escoliose pode
ser definido através do grau de angulação: 0 à 10 graus não necessita de
tratamento fisioterápico, de 10 à 20 graus tem necessidade de tratamento
fisioterápico, 20 à 30 graus o tratamento fisioterápico acompanha o uso de colete
ortopédico, de 30 à 40 graus requer o uso do colete ortopédico, e de 40 à 50
graus somente tratamento cirúrgico. Contudo a base para o tratamento são
fatores como a idade, a flexibilidade, a gravidade da curva e na etiologia.
Na maioria dos casos de escoliose idiopática adolescente (menores de 20
graus), o tratamento é dispensado, mas devem ser realizadas verificações
semestrais.
Na medida em que a curvatura se agrava (acima de 25 a 30 graus em crianças
em fase de crescimento), o uso de órteses é geralmente recomendado para
auxiliar a retardar a progressão da curva. Existem muitos tipos de órteses
utilizados. O colete de Boston, o colete de Wilmington, o colete de Milwaukee e
o colete de Charleston foram batizados com o nome dos centros onde foram
desenvolvidos.
Cada
colete tem uma aparência distinta. Existem diferentes modos de usar cada um
deles adequadamente. A seleção de uma órtese e a maneira como ela será usada
depende de muitos fatores, inclusive das características específicas da
curvatura. A órtese exata será decidida pelo paciente e o médico.
Um colete
para as costas não reverte a curva. Em vez disso, usa a pressão para alinhar a
coluna vertebral. O colete pode ser ajustado com o crescimento. O uso de colete
não funciona para as escolioses congênitas e neuromusculares e é menos eficaz
na escoliose idiopática infanto-juvenil.
A decisão do momento apropriado para se operar é variável. Após os ossos
do esqueleto cessarem o crescimento, a curvatura não deve se agravar muito. Por
conta disso, talvez o cirurgião queira aguardar até que os ossos do seu filho
parem de crescer. Entretanto, pode ser que seu filho necessite de cirurgia
antes disso, se a curva na coluna for grave ou estiver se agravando rapidamante.
Curvas de 40° ou mais geralmente precisam ser operadas.
A cirurgia consiste em corrigir a curva (embora não completamente) e
encaixar os ossos dentro dela. Os ossos são fixados no lugar com uma ou duas
hastes de metal presas com ganchos e parafusos até que o osso seja recuperado.
Às vezes, a cirurgia é feita através de um corte nas costas, no abdomên ou
abaixo das costelas. Pode ser necessário o uso de uma órtese para estabilizar a
coluna vertebral após a operação.
Muitas vezes, as limitações impostas pelos tratamentos afetam o lado
emocional e podem ameaçar a autoimagem, principalmente para adolescentes. Apoio
emocional é importante.
Fisioterapeutas e ortopedistas (especialistas em aparelhos ortopédicos)
podem ajudar a explicar os tratamentos e a assegurar que o colete se encaixe
confortavelmente.
A cirurgia para correção da escoliose possui 2 objetivos: 1- a correção da curva, com melhora do padrão estético e também a interrupção da piora da escoliose. Com a cirurgia, as vértebras são fixadas em uma posição desejada, ocorrendo uma fusão entre elas. Isso promove uma correção da curva e uma grande melhora estética, gerando grande satisfação para o paciente. Outro resultado da cirurgia é a interrupção da piora da escoliose. Após a fusão das vértebras operadas, ocorre um estacionamento da curva na mesma posição em que foi deixada após a cirurgia.
A recuperação após a cirurgia não é complexa. O paciente fica em pé e caminha no segundo dia após a cirurgia, geralmente recebendo alta do hospital em menos de 7 dias. O uso do colete após o procedimento é de escolha do médico, podendo ser utilizado dependendo do caso ou do resultado da cirurgia.
Como qualquer cirurgia, a correção da escoliose também pode apresentar riscos e complicações. Entre as complicações mais freqüentes encontram-se a infecção e a dor pós-operatória, que geralmente não é grande, sendo geralmente resolvida com medicações.
Expectativas
O resultado depende da causa, localização e gravidade da curvatura.
Quanto maior for a curva, maior será a chance de ela piorar após cessar a fase
de crescimento.
Quanto maior for a curva inicial da coluna vertebral, maior será a
chance de que a escoliose se agrave após a conclusão da fase de crescimento. A
escoliose grave (curvas na coluna vertebral maiores do que 100°) pode causar
problemas respiratórios.
Os casos de escoliose que não possuem gravidade e que são tratados
apenas com o uso de órteses costumam ser resolvidos satisfatoriamente. As
pessoas com esse quadro não são suscetíveis a problemas a longo prazo, exceto
uma taxa elevada de dor na coluna lombar quando envelhecem. As pessoas com
escoliose idiopática corrigida cirurgicamente recuperam-se bem e podem levar
uma vida ativa e saudável.
Os pacientes com escoliose neuromuscular sofrem de um outro distúrbio grave
(como paralisia cerebral ou distrofia muscular), então os objetivos são
distintos. Geralmente, a meta da cirurgia é simplesmente permitir que a criança
se sente corretamente na cadeira de rodas.
Os bebês com escoliose congênita têm uma grande variedade de defeitos de
nascença subjacentes. Essa doença tem um manejo difícil e geralmente muitas
operações precisam ser feitas.
Complicações possíveis
· Problemas
emocionais ou baixa autoestima podem ocorrer como um resultado da doença ou de
seu tratamento (principalmente, o uso de órtese)
· Incapacidade
dos ossos se encaixarem (muito raro em escoliose idiopática)
· Artrite e
dor na coluna lombar na idade adulta
· Problemas
respiratórios decorrentes de uma curvatura grave
· Danos na
medula ou no nervo espinhal decorrentes da cirurgia ou da incorreta curvatura
grave
· Infecção
na coluna vertebral após a cirurgia
Cuidados a ser tomados
Testes de rotina para escoliose agora são
realizados nas escolas de ensino fundamental e médio nos Estados Unidos. Devido
a esses testes, muitos casos que poderiam ser descobertos apenas em um estágio
avançado estão sendo diagnosticados em estágios iniciais.
OBS: Procure assistência médica caso haja suspeita de que seu filho sofre de escoliose.
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