sexta-feira, 26 de abril de 2013

OSTEOMIELITE


A Osteomielite é uma infecção do osso que é geralmente de origem bacteriana. Microorganismos podem ser introduzidos em osso de três maneiras:
Via hematogênica
Inoculação direta (geralmente traumáticas, mas também cirúrgico)
Invasão local de uma infecção contígua (geralmente úlceras de decúbito ou doença periodontal)
Em crianças, a Osteomielite aguda é principalmente hematogênica na origem.
A infecção pode ser aguda, subaguda ou crônica. A evolução da infecção depende do agente causador, da resistência deste agente e da idade do paciente.
Na osteomielite aguda a criança apresenta dor no local, edema, eritema e sinais gerais de infecção tais como febre e comprometimento do estado geral.
Locais mais freqüentes: fêmur, úmero e tíbia.
Na investigação diagnóstica:
Exames laboratoriais alterados: hemograma, VHS e PCR
Raio-X: geralmente nas fases iniciais não há comprometimento ósseo, somente edema nas partes moles.
Cintilografia óssea: importante na localização da infecção e de possíveis múltiplos focos.
Ultra-som: pode ser muito útil para delimitar o abscesso.
Ressonância Magnética: exame sensível, positivo nas fases iniciais, de escolha na dúvida de abscesso intra-ósseo.
Punção óssea: faz o diagnóstico da presença de pus intra-ósseo.
Recomenda-se iniciar a antibioticoterapia de amplo espectro até aguardar o resultado de culturas. Caso o quadro seja inicial, 12 – 48 horas, o tratamento é incruento somente com o antibiótico, mas se já está formado o abscesso ósseo é necessário a drenagem cirúrgica associada à antibioticoterapia. 



Embora a infecção seja, na maioria dos casos, de origem bacteriana, também pode ser provocada, excepcionalmente, por vírus ou fungos, tendo em conta que existem várias vias para que os microrganismos cheguem ao osso. De fato, os microrganismos costumam aceder ao osso diretamente do exterior, em caso de fractura exposta ou através de uma ferida penetrante (osteomielite direta), podendo igualmente disseminar-se pelo osso a partir de um foco infeccioso adjacente (osteomielite por contiguidade).
Na maioria dos casos, os microrganismos, normalmente provenientes de outro setor do organismo previamente infectado, chegam ao osso através da circulação sanguínea. Esta forma de osteomielite, denominada hematogênica, apresenta várias características diferentes consoante a sua origem e localização nas crianças e nos adultos. Nas crianças, o microrganismo responsável costuma ser o estafilococo dourado (Staphylococcus aureus) e o foco primário, regra geral, corresponde a uma ferida cutânea, um furúnculo, uma faringite ou uma otite. Nestes casos, a infecção costuma localizar-se num dos ossos longos dos membros, sobretudo no fémur ou na tíbia. Por outro lado, nos adultos, a infecção ao nível dos ossos é provocada, geralmente, por uma propagação via sanguínea de uma infecção urinária ou, em casos mais raros, a partir de uma injeção contaminada, como acontece com os toxicodependentes (heroína). Nestas situações, a infecção costuma localizar-se nas vértebras ou na bacia.

Sintomas:

Às vezes a osteomielite passa meses ou anos sem produzir sintomas, mas quando eles começam, normalmente, a osteomielite causa febre e dor no osso infectado, que piora à noite e com a movimentação. Os tecidos que recobrem o osso podem mostrar-se inchados e inflamados e os movimentos podem se tornar dolorosos. As vértebras normalmente desenvolvem infecções mais graduais, causando dores persistentes nas costas e sensibilidade aumentada ao tato. A febre pode estar ausente. Nas infecções crônicas que transbordam os ossos podem formar-se abscessos nos tecidos moles adjacentes, causando uma supuraçãoconstante ou intermitente através da pele.



Diagnóstico:

Uma primeira suspeita diagnóstica pode advir dos sintomas e dos exames físicos. Um exame de sangue pode auxiliar o diagnóstico, indicando se há uma quantidade aumentada de leucócitos (sobretudo nas formas agudas) bem como taxas elevadas de proteína C reativa e velocidade de sedimentação. A cintilografia óssea, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética ajudam a identificar a zona infectada. No entanto, para saber-se qual é a bactéria ou fungo que está causando a infecção deve-se colher amostras de sangue,pus, líquido articular ou do próprio osso.

Tratamento:

O tratamento da osteomielite passa pela cura da infecção através da administração de antibióticos, normalmente em doses elevadas e durante períodos prolongados, até se ter a certeza de que os micróbios responsáveis pela doença foram completamente eliminados. Por outro lado, é indispensável que a parte afetada permaneça em repouso, devendo ser imobilizada através da aplicação de talas ou de gesso, com o objectivo de diminuir a dor ou de evitar que a infecção se propague.
Caso a osteomielite aguda seja prematuramente tratada, regra geral, obtém-se a cura completa. De qualquer forma, caso esta não responda à terapêutica indicada ou caso se trate de uma osteomielite crônica, deve-se proceder à realização de uma intervenção cirúrgica, sendo esta a única forma de se aceder ao osso para drenar o pus acumulado e reparar os tecidos danificados. Por vezes, pode ser necessário a extração da zona do osso desvitalizada e a sua substituição através de um transplante ósseo.

Evolução da Patologia:

Se uma infecção óssea não for tratada de maneira adequada, pode produzir-se uma osteomielite crônica que venha a demandar extração do osso ou até mesmo a amputação do membro comprometido.
Pode haver evolução do processo inflamatório para as articulações, levando à artrite e artrose.
Em pacientes com osteomielite crônica há o risco de septicemia (infecção generalizada).

Um comentário:

Deixem seus comentários: