A Osteomielite é uma
infecção do osso que é geralmente de origem bacteriana. Microorganismos podem
ser introduzidos em osso de três maneiras:
Via
hematogênica
Inoculação direta (geralmente
traumáticas, mas também cirúrgico)
Invasão local de uma infecção contígua
(geralmente úlceras de decúbito ou doença periodontal)
Em crianças, a
Osteomielite aguda é principalmente hematogênica na origem.
A infecção
pode ser aguda, subaguda ou crônica. A evolução da infecção depende do agente
causador, da resistência deste agente e da idade do paciente.
Na osteomielite
aguda a criança
apresenta dor no local, edema, eritema e sinais gerais de infecção tais como
febre e comprometimento do estado geral.
Locais
mais freqüentes:
fêmur, úmero e tíbia.
Na
investigação diagnóstica:
Exames
laboratoriais alterados:
hemograma, VHS e PCR
Raio-X: geralmente nas fases iniciais não há
comprometimento ósseo, somente edema nas partes moles.
Cintilografia
óssea:
importante na localização da infecção e de possíveis múltiplos focos.
Ultra-som: pode ser muito útil para delimitar o
abscesso.
Ressonância
Magnética: exame
sensível, positivo nas fases iniciais, de escolha na dúvida de abscesso
intra-ósseo.
Punção
óssea: faz o
diagnóstico da presença de pus intra-ósseo.
Recomenda-se
iniciar a antibioticoterapia de amplo espectro até aguardar o resultado de
culturas. Caso o quadro seja inicial, 12 – 48 horas, o tratamento é incruento
somente com o antibiótico, mas se já está formado o abscesso ósseo é necessário
a drenagem cirúrgica associada à antibioticoterapia.
Embora a infecção seja, na
maioria dos casos, de origem bacteriana, também pode ser provocada,
excepcionalmente, por vírus ou fungos, tendo em conta que existem várias vias
para que os microrganismos cheguem ao osso. De fato, os microrganismos costumam
aceder ao osso diretamente do exterior, em caso de fractura exposta ou através
de uma ferida penetrante (osteomielite direta), podendo igualmente
disseminar-se pelo osso a partir de um foco infeccioso adjacente (osteomielite
por contiguidade).
Na maioria dos casos, os
microrganismos, normalmente provenientes de outro setor do organismo
previamente infectado, chegam ao osso através da circulação sanguínea. Esta
forma de osteomielite, denominada hematogênica, apresenta várias
características diferentes consoante a sua origem e localização nas crianças e
nos adultos. Nas crianças, o microrganismo responsável costuma ser o
estafilococo dourado (Staphylococcus aureus) e o foco primário, regra geral,
corresponde a uma ferida cutânea, um furúnculo, uma faringite ou uma otite.
Nestes casos, a infecção costuma localizar-se num dos ossos longos dos membros,
sobretudo no fémur ou na tíbia. Por outro lado, nos adultos, a infecção ao
nível dos ossos é provocada, geralmente, por uma propagação via sanguínea de
uma infecção urinária ou, em casos mais raros, a partir de uma injeção
contaminada, como acontece com os toxicodependentes (heroína). Nestas
situações, a infecção costuma localizar-se nas vértebras ou na bacia.
Sintomas:
Às vezes a osteomielite passa
meses ou anos sem produzir sintomas, mas quando eles começam, normalmente, a osteomielite causa febre e dor
no osso infectado, que piora à noite e com a movimentação. Os tecidos que
recobrem o osso podem mostrar-se inchados e inflamados e os movimentos podem se
tornar dolorosos. As vértebras normalmente desenvolvem infecções mais
graduais, causando dores persistentes nas costas e sensibilidade aumentada ao
tato. A febre pode
estar ausente. Nas infecções crônicas
que transbordam os ossos podem formar-se abscessos nos
tecidos moles adjacentes, causando uma supuraçãoconstante ou intermitente através da pele.
Diagnóstico:
Uma primeira suspeita
diagnóstica pode advir dos sintomas e dos
exames físicos. Um exame de sangue pode
auxiliar o diagnóstico, indicando se há uma quantidade aumentada de leucócitos (sobretudo
nas formas agudas) bem como taxas elevadas de proteína C reativa e velocidade
de sedimentação. A cintilografia óssea, a tomografia computadorizada e a
ressonância magnética ajudam a identificar a zona infectada. No entanto, para
saber-se qual é a bactéria ou fungo que
está causando a infecção deve-se
colher amostras de sangue,pus, líquido articular ou do próprio osso.
Tratamento:
O tratamento da osteomielite
passa pela cura da infecção através da administração de antibióticos,
normalmente em doses elevadas e durante períodos prolongados, até se ter a
certeza de que os micróbios responsáveis pela doença foram completamente
eliminados. Por outro lado, é indispensável que a parte afetada permaneça em
repouso, devendo ser imobilizada através da aplicação de talas ou de gesso, com
o objectivo de diminuir a dor ou de evitar que a infecção se propague.
Caso a osteomielite aguda
seja prematuramente tratada, regra geral, obtém-se a cura completa. De qualquer
forma, caso esta não responda à terapêutica indicada ou caso se trate de uma
osteomielite crônica, deve-se proceder à realização de uma intervenção cirúrgica,
sendo esta a única forma de se aceder ao osso para drenar o pus acumulado e
reparar os tecidos danificados. Por vezes, pode ser necessário a extração da
zona do osso desvitalizada e a sua substituição através de um transplante
ósseo.
Evolução da Patologia:
Se uma infecção óssea não for tratada de maneira
adequada, pode produzir-se uma osteomielite crônica que venha a demandar extração
do osso ou até mesmo a amputação do membro comprometido.
Pode
haver evolução do processo inflamatório para as articulações, levando à artrite e artrose.
Em
pacientes com osteomielite crônica há o risco de septicemia (infecção generalizada).
muito boa a informação!
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